Certificação ocupacional de profissionais da educação na Bahia: análise do alinhamento entre os resultados do teste de conhecimentos específicos e da auto-avaliação.

Abstract

O Brasil ingressou no novo milênio como uma economia em desenvolvimento, mas detentor de altas taxas de analfabetismo e profundas desigualdades sociais e, embora tenha conseguido na década de 90 a universalização do ensino, esta não significou, necessariamente, um acréscimo na qualidade. Repetindo o cenário nacional, o sistema público de educação do estado da Bahia caracteriza-se pela baixa qualidade e pela pouca relevância para as necessidades dos alunos, daí a necessidade de implementação de programas voltados para a melhoria da qualidade dos serviços educacionais, tal como o Educar para Vencer e, conseqüentemente, o projeto de Certificação Ocupacional de Profissionais da Educação. Através do referencial teórico, capítulo que discorre sobre parte da literatura que trata da certificação ocupacional e das competências, em suas diversas abordagens, e da experiência da Fundação Luís Eduardo Magalhães, este trabalho busca investigar o grau de alinhamento entre a visão que os Professores Alfabetizadores têm do seu desempenho e os escores por eles obtidos no Teste de Conhecimentos Específicos – TCE, do primeiro Exame de Certificação Ocupacional. O Modelo de Análise empregado foi desenvolvido tendo como base as Especificações de Testes, documento criado pelos analistas de cargo do Projeto de Certificação Ocupacional para Profissionais da Educação, juntamente com grupos de especialistas em alfabetização. Desta forma, foi possível estabelecer comparações entre o desempenho dos candidatos à certificação no Teste de Conhecimentos Específicos com as respostas dos mesmos na auto-avaliação e estabelecer um grau de alinhamento entre esses dois instrumentos. A pesquisa exploratória do tipo survey, cuja amostra foi selecionada aleatoriamente entre os candidatos aprovados no TCE do primeiro exame de certificação, foi realizada em 2003. Os resultados do cruzamento de dados entre o desempenho sugerido pelos candidatos na auto-avaliação e o observado no TCE, indicaram um baixo grau de alinhamento entre esses dois instrumentos, uma vez que a quantidade de indicadores negativos de alinhamento superou a quantidade dos positivos. Ou seja, os candidatos que imaginaram alcançar melhor desempenho em avaliações ocupacionais que medem conhecimentos e habilidades relacionados ao cargo de Professor Alfabetizador, não foram os mesmos que obtiveram os escores mais altos no Teste de Conhecimentos específicos do Projeto de Certificação Ocupacional.