Los silencios de los mapas, los personajes ausentes: ensayo cartográfico sobre las movilidades en la pandemia

Abstract

Este trabalho é uma investigação sobre mapas, como um conjunto polissêmico e he-terogêneo de imagens e ferramentas analíticas que contêm narrativas de sincronia espaço-temporal. Bem como narrativas de saberes e poderes em disputa, que nos permitem pensar, narrar e fazer o espaço urbano e suas relações. Mapas e represen-tações do espaço produzem narrativas, condicionadas por escolhas e simplificações sempre necessárias, que, no entanto, são atravessadas por questões políticas, raciais, de gênero e de classe, colaborando na produção de silêncios e ausências estrutu-rais. Ao mesmo tempo, os mapas mais comuns, dados seus modos cartesianos de representação, só são capazes de narrar o espaço e seus acontecimentos por meio da quantificação e descrição dos contornos das coisas, usando escala, projeção e simbolização, limitando as possibilidades de reflexão sobre as cidades. Assim, dada a relevância que os mapas têm no campo do planejamento urbano e na divulgação de informações sobre a pandemia de covid-19, a crítica à produção do espaço exige uma reflexão sobre suas narrativas, sobretudo, no estudo das dimensões políticas dos silêncios e das ausências dessas representações, além de suas implicações éticas e estéticas. Nesse sentido, este trabalho visa experimentar mapas que ajudem a pensar modos de narrar o espaço urbano, atentos ao que normalmente é “silenciado” nos mapas convencionais, a partir do contexto da pandemia de covid-19 em Salvador, Bahía, com atenção especial às mobilidades e imobilidades urbanas. A pesquisa se desenvolve através de três abordagens: uma abordagem crítica com uma revisão teó-rica e uma análise por mapas (imagens) e textos, feita a partir da cartografía crítica. Uma abordagem propositiva para refletir sobre modos de pensar/narrar/fazer as com-plexidades do espaço urbano e suas desigualdades, mediante imagens, desde minha própria observação do cotidiano em isolamento social em contraste com a mobilida-de constante de outros trabalhadores/as. Finalmente, uma abordagem experimental onde ensaio outras formas de produzir mapas como histórias cartográficas que não separem lugares, personagens, tempos e acontecimentos, sob a ideia de montagem usando pictogramas e típias, considerando a produção técnica e a experimentação de práticas imaginativas, um processo mental que envolve e produz conhecimento como parte significativa desta reflexão.

This work is an investigation into maps, as a polysemic and heterogeneous set of ima-ges and analytical tools containing narratives of space-time synchrony. It also encom-passes narratives of contested knowledge and power, allowing us to think, narrate, and shape urban space and its relationships. Maps and representations of space pro-duce narratives, conditioned by necessary choices and simplifications, yet intersected by political, racial, gender, and class issues, contributing to the production of silences and structural absences. Meanwhile, the most common maps, given their Cartesian modes of representation, can only narrate space and its events through quantification and description of the outlines of things, using scale, projection, and symbolization, thus limiting the possibilities for reflection on cities. Therefore, given the relevance of maps in the field of urban planning and in disseminating information about the COVID-19 pandemic, a critique of space production demands a reflection on its nar-ratives, especially in studying the political dimensions of the silences and absences in these representations, as well as their ethical and aesthetic implications. In this sense, this work aims to experiment with maps that help to think about ways of narrating urban space, paying attention to what is usually "silenced" in conventional maps, from the context of the COVID-19 pandemic in Salvador, Bahia, with special attention to urban mobilities and immobilities. The research unfolds through three approaches: a critical approach with a theoretical review and an analysis through maps (images) and texts, based on critical cartography. A propositional approach to reflect on ways of thinking/narrating/shaping the complexities of urban space and its inequalities, through images, from my own observation of daily life in social isolation contrasted with the constant mobility of other workers. Finally, an experimental approach where I explore other ways of producing maps as cartographic stories that do not separate places, characters, times, and events, under the idea of montage using pictograms and typologies, considering technical production and the experimentation of imagi-native practices, a mental process that involves and produces knowledge as a signifi-cant part of this reflection.